No ano passado participei do Adventure Sports Fair em São Paulo. Um evento onde aconteceram diversas palestras e oficinas com temas de aventuras em diversos lugares do mundo. Além de também, reunir uma feira com amostras de atividades radicais, destinos turísticos e produtos específicos do turismo de aventura.
Neste evento tive a oportunidade de relatar um pouco da experiência que temos vivido no turismo de aventura pelo Paraná. Achei que o conteúdo relatado durante a feira daria um bom texto para ser compartilhado aqui no Blog.
Se você tem filhos ou pretende ter filhos e tem um espírito aventureiro, mas acabou deixando ou não sabe se deixará esse espírito tomar conta de seu ser, pode ser que este relato te ajude.
Antes de ter filhos
Sempre gostei de fazer atividades ao ar livre. A sensação de liberdade ao estar em contato com a natureza sempre foi revigorante para mim. Poder fazer uma trilha, chegar até uma cachoeira, contemplar uma bela paisagem ou praticar uma atividade radical são desejos que tenho frequentemente.
Não tive tantas oportunidades para fazer turismo de aventura, quanto gostaria de ter feito antes de ter tido um filho, por basicamente dois motivos: falta de grana e um pouco por falta de tempo.
A prioridade da vida naquele momento era outra: estudar, conseguir um bom emprego, construir nossa família. Porém, entre uma coisa e outra íamos vivendo alguma aventura.
Duas semanas antes do Léo nascer estava defendendo minha dissertação de mestrado. Tudo era uma grande correria: tinha que me dividir entre estudar, escrever, trabalhar, cuidar da casa (coisa que muitas mulheres passam ou já passaram).
Quando uma criança chegou à nossa família a responsabilidade só aumentou. A exigência comigo mesma também. Me sentia muito cansada mas, com vontade de viver novas experiências e de sentir o gostinho da adrenalina de novo.
Aventura frustrada
Passamos por alguns apertos financeiros logo que nosso menino nasceu. Então, viajar não era uma das prioridades no momento. Mesmo assim, quando ele estava com um mês de vida, fomos pra Faxinal (110 km de Londrina) no Hotel Fazenda Luar de Agosto, passar um final de semana.
Confesso que para mim não foi bom! Eu era exigente demais comigo. Meu bebê precisava de mim e eu não conseguia deixá-lo sob os cuidados de outra pessoa. Sem contar que o parto tinha sido uma cesária, com isso, não consegui praticar nenhuma das atividades que meus outros companheiros de passeio fizeram. Fiquei o fim de semana inteiro com o Léo pendurado nas “tetas” e não aproveitei nada.
Acho que foi ali, onde pensei que não seria possível levar a vida que levava antes. Me vi desistindo de viver experiências que sempre gostei. Ser mãe ainda era uma tarefa nova na minha vida e eu não estava sabendo lidar muito bem. Ainda não sabia como adaptar as coisas que gostava de fazer com a responsabilidade de ter um filho.
Primeira viagem longa com um bebê
Demorou mais de um ano pra ter coragem de sair em viagem com o menininho novamente. Uma viagem que durou em torno de dez dias e aconteceu quando o Léo estava com um ano e três meses. Não foi uma viagem de aventura com trilhas, práticas radicais, nada disso. Mas, não deixou de ser uma aventura, afinal não sabíamos muito o que esperar ao ir para praia pela primeira vez com um bebê.
Fomos para Santa Catarina, foi uma viagem muito gostosa! Conhecemos uma região que nunca havíamos ido. Passamos por Guarda do Imbaú, Praia do Rosa, Praia de Ibiraquera e aproveitamos para ir pela primeira vez ao Beto Carreiro.
Apesar de ter sido uma viagem que gostamos muito, acabamos deixando de fazer muitas coisas porque estávamos com um bebê. Nossos passeios eram daquele tipo mais convencional: ir a praia, tomar sol, brincar na areia, coisa e tal. Mas, eu não sou dessas pessoas que gostam de ficar por muito tempo parada, por isso, confesso, me sentia frustrada… queria viver novas experiências, mas não tinha coragem, nem disposição.
Depois da primeira viagem longa
Estava tão cansada. Eu era dessas mães, que se sentem cansadas 24 horas por dia. Encarava a maternidade como a maior responsabilidade da minha vida. Isso tudo foi tirando a minha liberdade. A sensação que eu tinha é que nunca mais poderia viver as coisas que gostava antes.
Na viagem para Santa Catarina, me lembro que tinha a possibilidade de fazer Stand Up Paddle na praia de Ibiraquera, mas não quis praticar… estava com vontade, mas desisti.
De alguma maneira, eu achava que agora que tinha um filho, a diversão não me pertencia mais. Na minha cabeça, a minha única responsabilidade (além de trabalhar) era estar totalmente disponível para o Léo. (Abri parenteses para dizer que, essa era a maneira com que eu me sentia. Cada mulher tem sua maneira de encarar a maternidade. Felizmente, minha cabeça não funciona mais assim, a algum tempo).
Naquele momento, claro que me sentia muito feliz pelo privilégio ter um filho tão maravilhoso. Porém, ao meu ver, nem tudo na maternidade são flores. Tem seus espinhos… e o meu espinho (naquele momento) era esse: sentir minha liberdade indo embora e tudo por conta do nível de exigência e perfeccionismo que cobrava de mim mesma.
Ser mãe, me fez desistir de mim, abrir mão de muitas coisas. Se naquele momento da vida, alguém me perguntasse: Será que é preciso desistir de tudo? Será que não tem um meio termo? Será que uma mãe poderia continuar vivendo novas aventuras? Será que não é possível fazer algumas adaptações? Provavelmente eu responderia não à todas essas perguntas.
Na época, eu nem percebia, a maneira que estava vivendo. Hoje é que consigo sistematizar e ver o quanto me anulava por achar que era assim que tinha que ser. Porem, não era isso o que eu desejava de verdade. Desejava continuar vivendo intensamente, mesmo com um filho. Não sabia como e a única coisa que eu enxergava, era de que não seria possível.
Primeira viagem com turismo de aventura
Quando o Léo completou dois anos, finalmente fizemos nossa primeira viagem em que o destino era de aventura. Fomos para Brotas que fica no estado de São Paulo, onde o Léo participou de seu primeiro rafting. Depois dessa viagem nunca mais paramos de fazer turismo de aventura.
De lá pra cá, o Léo já fez trilhas curtas e médias. Já contemplou diversas cachoeiras, já tomou banho em algumas delas, já andou a cavalo, pegou um galo e um pintinho no colo, fez rafting algumas vezes, contemplou diversas paisagens, já fez sua primeira tirolesa. Já viu um filhote de cobra escondidinho em seu habitat natural, já viu muitos lagartos e peixinhos. O Léo já viveu experiências que eu na idade dele, nem sonhava que existiam.
Depois de tudo isso, minha maneira de pensar mudou radicalmente. Nunca mais pensei em desistir de fazer aventuras. Nunca mais pensei que não seria possível!
Para chegar a pensar como agora, tive que encarar a primeira aventura, a segunda, a terceira e muitas outras (e fazer muitas análises também, sobre como eu poderia continuar sendo uma boa mãe, sem precisar anular os meus desejos).
Tivemos que repensar a maneira com que faríamos as atividades e aventuras que queríamos. Só posso dizer que tudo valeu a pena. Temos ótimas recordações.
Vejo que nosso menino também tem e que tudo o que vivemos, fez dele um garoto mais confiante, que ama a natureza e que sabe apreciar sua beleza.
Este texto, não trará uma resposta definitiva sobre como fazer aventuras com crianças. Cada família tem seu jeito de ser. Cada família sabe do que mais gosta e tem seu jeito de lidar com os desafios e desejos.
Não trago respostas definitivas, mas posso ao menos compartilhar com você algumas coisas que eu e minha família aprendemos e que seria necessário para se aventurar com crianças (que é o que continuamos a fazer até hoje).
Espero poder inspirar e ajudar aquelas famílias que assim como nós, queiram continuar se aventurando mas, talvez tenham passado por momentos em que acharam que isso não seria mais possível.
O que foi necessário para continuarmos a fazer aventuras mesmo com um filho?
Analisando nossas experiências percebi que, para fazer turismo de aventura com nosso filho tivemos que levar em consideração pelo menos cinco aspectos:
1) É preciso ter disposição!
Sem disposição você não fará nada! Precisa ter disposição para inspirar seu filho, para carregá-lo e para se adaptar a rotina que não existe em uma viagem de aventura. Disposição para ter muita atenção em tudo o que seu filho fizer, andar ou quiser.
Olhando a foto acima, você poderia pensar: “Que foto linda”! A foto do destino final normalmente é linda mas, muitas vezes não sabemos o que foi preciso passar para chegar até lá. Nem tudo são mil maravilhas. Tem cansaço envolvido, tem esforço e até um pouquinho de estresse. Então, você precisa estar disposto a passar por tudo isso.
Eu terminava a aventura cansada, mas realizada! E sempre queria tudo de novo! Isso porque estava sempre disposta a passar pelas dificuldades para viver esses momentos.
Sugiro fazer as seguintes perguntas a si mesmo: Você está disposto a se cansar fisicamente um pouco mais? Você está disposto a carregar seu filho(a)? Você está disposto a ficar sempre perto dele(a)? Você está disposto a ter paciência?
2) É preciso desenvolver a bendita paciência!
Imagine escolher a primeira aventura para fazer com seu filho. Imagine um trekking de quatro dias de duração (daquelas trilhas que você caminha por quatro dias e dorme todas as noites em uma barraca em algum lugar no meio do nado). Eu tenho esse sonho. Mas, será que daria certo se uma trilha assim fosse a escolhida para a primeira vez? Com a experiência que nós temos hoje, eu sei que com o meu filho não daria. Sabendo de tudo o que eu sei hoje eu não teria disposição, nem paciência para fazer isso.
Paciência é outro item indispensável se você quer fazer aventuras com seu filho. Isso porque:
a) Você precisará adaptar seu filho ao novo ambiente.
Imagine, como é para uma criança, chegar a um lugar que nunca foi, num ambiente que nunca foi. Será que não seria assustador? Dependendo da idade da criança provavelmente seria.
Quando uma criança vai à escola pela primeira vez, normalmente é preciso fazer um período de adaptação. Penso que esse raciocínio seja o mesmo ao inserir uma criança no turismo de aventura. Portanto, paciência!
As últimas trilhas que fizemos, com o Léo, são de trajetos cada vez maiores. Para conseguir isso, ele teve que passar por outras menores. Fomos adaptando ele a novas e maiores distâncias. Foi preciso muita paciência!!
Desde os cinco anos e meio de idade, ele tem andado o tempo todo nas trilhas e não pede mais nenhum colinho… na verdade, quase que temos que sair correndo atrás dele (a luta agora é ensinar que, trilha não é lugar de correr). Ele ama!!! E o lema dele atualmente é: quanto mais desafios melhor.
b) Você precisa saber que tudo levará mais tempo.
Quando o Léo era menor, fazíamos várias pausas nas caminhadas para pegar água ou um lanchinho pra ele. Uma trilha que levaria 15 minutos, podia levar 30 pois, dependendo do nível de dificuldade, tínhamos que diminuir ainda mais o ritmo para nos mantermos em segurança.
Dessa maneira, não adianta muito querer programar visitar diversas atrações em um único dia com uma criança pequena. Sempre penso que, uma trilha é melhor do que nenhuma.
c) Você precisa saber que, talvez seu filho não goste tanto assim do destino escolhido.
A segunda viagem de aventura que fizemos com o Léo foi para Tibagi no Paraná. Ele estava com dois anos. Eu iludida que era, achava que ele iria andar em nossas caminhadas. Estava sem o marido. Resultado: tive que carregar muito ele no colo e sozinha. Apesar de estarmos com familiares, ele não queria o colinho de mais ninguém.
Claro que as distâncias não eram longas, mas já me deixaram bem cansada fisicamente. O Léo achava tudo meio esquisito: a areia, o mato, o barro, as fezes dos animais. Tudo era motivo pra ele não querer caminhar. E claro que na idade que ele estava, não caminharia por muito tempo mesmo.
Ele não queria por os pés na areia da beira da cachoeira…pense? Não foi fácil, tive que ter disposição e paciência para adaptá-lo ao ambiente e cuidar dele da melhor maneira possível.
Nas primeiras trilhas que fizemos, praticamente metade do caminho era no colo. Agora o que ele mais quer é andar e percorrer cada obstáculo que encontra pela frente.
Isso é resultado da paciência que tivemos ao deixar ele ganhar gosto pela brincadeira, pelo ambiente.
Hoje, quando a trilha é pavimentada ele fica meio entediado. Sente falta do desafios dos obstáculos. Aí, entra a nossa paciência de novo. Ajudamos ele a encontrar algo de interessante mesmo no caminho meio sem graça (na visão dele). E vamos brincando com isso.
Andar em pedras ou trilhas são muito mais divertidas para ele. E eu amo isso… porque a meta é continuar aumentando ainda mais as distâncias das trilhas naturais.
Fizemos a trilha das Cataratas em janeiro de 2018. Você acha que ele gostou? Ele achou lindo! Mas, não tinha desafios… aparentemente não tinha muita graça. Não tinha pedras para escalar… nós demos o nosso jeito. Por isso, é preciso ter paciência. Inventamos histórias, mostramos novidades, e se preciso carregamos um pouquinho… paciência.
Levamos 5 horas para fazer duas trilhas do Parque Argentino das Cataratas do Iguaçu. Paramos para comer, para descansar, para beber água. Carregamos no colo mais do que o normal. Sem contar no calor insuportável, que estava aquele dia. Ficamos extremamente esgotados fisicamente. Faríamos de novo? Sim!
Isso porque temos disposição em nos cansar fisicamente e temos paciência pra lidar com as necessidades do nosso pequeno para em contrapartida, vivenciarmos todas as experiências que tivemos. Só aconselho pais com filhos pequenos a fazerem esse tipo de trilha nessas condições. Nós andamos em torno de 5 Km nesse dia e o Léo tinha acabado de completar cinco anos. Na verdade, essa foi a última trilha que precisamos carregar ele no colo… ufaaa!
Amo ver o brilho no olhar dele a cada vez que conhecemos um lugar diferente ou que superamos um desafio. Para chegar a isso é preciso ter disposição e paciência.
3) Você precisa se organizar!
Não dá pra pensar em fazer qualquer aventura com seu filho ou filha e não imaginar o que será necessário durante. É importante carregar em sua mochila alguns itens indispensáveis.
a) Tenha sempre água e lanche disponível.
Mesmo se você fizer uma aventura com empresa que tenha o lanche incluído, leve algo a mais pensando em seu filho (a). Normalmente esses lanches são bem básicos e as vezes pode ser que seu filho não tenha o hábito de comer o que será oferecido.
Então, é bom estar preparado. Claro que não precisa ser necessariamente um almoço, a não ser que seja uma criança ainda muito pequena, que não come qualquer alimento. Na idade que o Léo está agora (quase 7 anos), nós sempre levamos alguma fruta, biscoitos ou barrinha de cereal. Você pode levar itens que seu filho (a) goste de comer, de acordo com a idade dele.
Durante uma viagem qualquer, os horários das refeições podem ficar meio bagunçados, durante uma viagem de aventura então, nem se fala. As vezes você passa o dia todo em uma trilha no meio do mato. A hora de comer da criança pode ser qualquer uma. Portanto, você precisa estar preparado. O Léo sempre pede alguma coisa para comer em momentos inesperados.
b) Lembre-se de acessórios e outros produtos que possam dar o máximo de conforto para os pequenos.
Repelente, protetor solar, boné, chapéu, pomada contra picadas de insetos sempre estão em nossas mochilas. Pense: durante a aventura provavelmente você estará em lugares que não será possível comprar nada (no meio do mato normalmente não tem lojinha de conveniência – e prefiro que continue assim).
Esses itens que mencionei antes, são importantes para qualquer criança. Lembre-se dos itens que são indispensáveis para o seu filho (a).
4) Você precisa se informar!
Antes de sair de casa com sua criança para fazer turismo de aventura:
- Se informe ao máximo sobre o destino que você gostaria de ir.
- Verifique se é permitida a participação de crianças na atividade que você gostaria de fazer.
- Procure ler sobre experiências de outras pessoas que já fizeram determinada atividade ou passeio. Os blogs de viagem são ótimos para ajudar a gente a resolver todas essas questões.
- Depois de pesquisar através dos blogs, sempre entre em contato com a empresa que prestará o serviço e tire todas as suas dúvidas.
- Leia sobre relatos de pessoas que já fizeram trilhas com crianças. Na época que começamos a fazer aventuras com o Léo, não fiz isso. Não li a respeito. Com certeza, se tivesse feito, nossas experiências seriam melhores ainda. Um texto que indico é do blog Os Caminhantes, que são super experientes em fazer trilhas com crianças pelo mundo todo. No texto, eles trazem outras dicas que com certeza te ajudarão em suas aventuras. Para ler, clique aqui.
5) Você precisa de Segurança!
Para continuar fazendo aventuras mesmo depois de ter filhos, você não pode deixar de pensar na segurança. Agora, não é mais só a sua vida que precisa ser protegida. Tem um serzinho que depende e precisa de você. Então, não dá mais pra ser aquela pessoa louca que saia desbravando tudo sem pensar nas consequências.
Nós demoramos um pouco para pensar em alguns detalhes de segurança. Mas, o mínimo sempre observamos. Por exemplo: ao fazer uma trilha sempre usamos calçados fechados; nunca andamos fora da trilha; observamos se há algum animal no caminho; não colocamos a mão em qualquer lugar sem olhar. Sempre procuramos fazer tudo com muito cuidado.
No entanto, não achávamos que um guia ou condutor era indispensável para fazer uma trilha; mas também nunca fizemos nenhuma atividade radical sem uma equipe profissional.
Atualmente, depois de todas as aventuras que fizemos, percebi que a presença de um guia ou condutor é indispensável, principalmente em lugares desconhecidos. Meu pensamento ultimamente é: mesmo que o profissional não seja o mais capacitado, é melhor estar acompanhado de alguém que, no mínimo, conhece o local do que estar ali no meio do mato sozinhos.
Em uma trilha, são muitas as situações de riscos: uma torção durante uma caminhada (os terrenos sempre são bem acidentados); animais peçonhentos (o Marcio quase foi picado por uma); águas perigosas, entre tantos outros. O guia conhece o caminho, conhece o espaço onde estamos, conhece os riscos. Eles estão preparados para perceber os riscos e tentar diminuí-los.
Nesses anos de aventuras passamos por algumas poucas situações perigosas, a partir de então, os cuidados com a segurança aumentaram. Por isso, ultimamente temos dado preferência para fazer passeios que tenham guia e seguro aventura incluídos. É claro que o passeio sai um pouco mais caro. Mas, sinto que eu e minha família estamos muito mais seguros.
Infelizmente no Paraná não são todos os lugares que tem guias que seguem as normas de segurança para todas as atividades (isso não é exclusividade do Paraná). Além disso, nem todos os guias trabalham com pacotes de seguro aventura. Uma maneira de resolver isso é comprar um seguro aventura diretamente com uma asseguradora.
No entanto, tivemos o privilégio de termos excelentes experiências com profissionais altamente capacitados. É o caso do Carlos Ornellas, guia de Jaguariaíva (PR). Conhece muito bem a região onde opera as atividades de aventura de sua empresa e também leva em consideração as normas de segurança. É um ótimo guia para fazer aventuras com crianças.
Outro ótimo exemplo, é a Mariana Oliveira, que tem se capacitado cada vez mais para atender bem os turistas que vão até Sapopema (PR). Ela também é super atenciosa com as crianças e adora explorar a região em busca de novas atividades.
Mesmo sabendo de todos os riscos, não pensamos em deixar de fazer as aventuras mas, com certeza continuaremos prezando pela nossa segurança. Isso é altamente recomendado para qualquer um que queira inserir seus filhos nesse tipo de turismo.
O importante é saber que os riscos existem e procurar diminuí-los.
Dicas Extras:
- Se seu filho é pequeno: prepare ele para o contato com a natureza.
(pés na areia, grama, lama, brinque no parque, na praça, etc).
- Prepare seu filho para o contato com a água.
(natação é uma ótima adaptação, brinque com ele em diferente ambientes com água).
- Conheça seu filho (seus medos, seus gostos).
- Comece fazendo trilhas de níveis bem fáceis e vá aumentando gradativamente a intensidade.
- Procure destinos que ofereçam opções de atividades com nível iniciante.
- Escolha destinos com atividades que possam ser feitas com e sem crianças (leve um acompanhante ou faça revezamento com o parceiro).
- Se quiser fazer trilhas mais longas e com nível de dificuldade maior, invista em equipamentos específicos, como cadeirinha de trilha. Se tivesse outro filho hoje, com certeza esse seria um item indispensável em nossa enxoval. Recomendo fortemente a leitura de outro artigo do blog Os Caminhantes que fala sobre o uso da cadeirinha, com dicas práticas para quem começar a usar este tipo de equipamento. Para ler, clique aqui.
Trilha no Parque Estadual do Pico Marumbi do Morro Rochedinho – Morretes (PR).
Espero que este texto, possa ajudar você que está pensando em fazer turismo de aventuras com seus filhos. Como disse antes, tudo o que relatei aqui é baseado em nossas experiências.
Você também tem alguma experiência para dividir com a gente? Compartilhe na caixinha de comentários.
Keila Kubo